Iniciação de Avalokiteshvara no CMK Manjushri com Gen-la Dekyong
dez 4, 2024
Muitas pessoas acreditam que, quando o corpo se desintegra na morte, o continuum mental cessa e a mente deixa de existir, como uma chama de vela que se apaga quando toda a cera é consumida.
Certas pessoas chegam a pensar em suicídio na esperança de que a morte ponha um fim a seus problemas e sofrimentos. Contudo, tais idéias são totalmente errôneas.
Como explicado, o corpo e a mente são entidades separadas e, assim, apesar do corpo se desintegrar na morte, o continuum da mente não é interrompido. Em vez de cessar, a mente apenas deixa o corpo atual e vai para a próxima vida.
Isso significa que para nós, os seres comuns, a morte só traz novos sofrimentos, ao invés de eliminá-los. Por não entender isso, muitas pessoas destroem suas preciosas vidas humanas cometendo suicídio.
Outra maneira de compreender a existência de vidas passadas e futuras é examinar o processo de dormir, sonhar e acordar, devido à grande semelhança que este tem com o processo de morrer, passar pelo estado intermediário e renascer.
Quando dormimos, nossos ventos interiores densos se reúnem e se dissolvem dentro de nós, e nossa mente se torna cada vez mais sutil até se transformar na mente muito sutil da clara luz do sono. Enquanto a clara luz do sono está manifesta, experimentamos o sono profundo e, aos olhos dos outros, parecemos mortos. Quando a clara luz do sono cessa, nossa mente se torna cada vez mais densa e passamos pelos diversos estágios do estado de sonho. Por fim, nossas faculdades normais de memória e de controle mental são restauradas e acordamos. Quando isso acontece, nosso mundo do sonho desaparece e percebemos o mundo do estado desperto.
Um processo muito parecido acontece quando morremos. Ao morrer, nossos ventos se dissolvem dentro de nós e nossa mente torna-se progressivamente mais sutil até a manifestação da mente muito sutil da clara luz da morte. A experiência da clara luz da morte é muito similar à do sono profundo.
Quando a clara luz da morte cessa, experienciamos as etapas do estado intermediário, ou bardo, em tibetano – um estado que é como um sonho e acontece entre a morte e o renascimento. Passados alguns dias ou semanas, o estado intermediário termina e renascemos. Assim como, ao acordar, o mundo do sonho desaparece e percebemos o mundo do estado desperto, ao renascer, as aparências do estado intermediário cessam e percebemos o mundo da nossa próxima vida.
A única diferença significativa entre esses dois processos é que, após o cessar da clara luz do sono, a conexão entre a nossa mente e o nosso corpo atual continua intacta, ao passo que, depois da clara luz da morte, ela é rompida.
Contemplando isso, podemos nos convencer da existência de vidas passadas e futuras.
Para mais informações sobre reencarnação, consulte os livros Introdução ao Budismo e Caminho Alegre da Boa Fortuna.