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set 20, 2024
O trecho seguinte sobre a vida de Buda foi extraído do livro de Geshe Kelsang Gyatso, Introdução ao Budismo:
Ao perceber que o príncipe pretendia deixar o palácio, o povo do reino Shakya, na esperança de fazê-lo mudar de idéia, sugeriu ao rei que lhe arranjasse um casamento.
O rei assentiu e não demorou a encontrar uma noiva condizente à posição do príncipe. A jovem era filha de uma respeitável família Shakya e seu nome era Yasodhara. Sidarta manteve inabalável sua decisão de deixar o palácio e atingir a iluminação.
Ele não alimentava nenhum apego pelos prazeres mundanos, pois compreendera que objetos de apego são como flores venenosas – inicialmente parecem atraentes, mas por fim originam grande dor.
Contudo, para satisfazer a vontade do pai e proporcionar benefícios temporários ao povo shakya, Sidarta aceitou casar-se com Yasodhara.
Continuou a viver no palácio e dedicou todo o tempo e energia para servir seu povo da melhor maneira que podia.
Aos 29 anos, o príncipe teve uma visão, na qual todos os Budas das dez direções lhe apareceram e falaram em uníssono: “Anteriormente, tomaste a decisão de te tornar um Buda Conquistador para ajudar todos os seres vivos, prisioneiros do ciclo de sofrimento. É chegada a hora de cumprir tua promessa”.
Ao ouvir tais palavras, o príncipe dirigiu-se imediatamente à presença dos pais e disse: “Desejo recolher-me a um lugar tranqüilo na floresta, onde possa engajar-me em profunda meditação e rapidamente atingir a plena iluminação. Então, serei capaz de recompensar a bondade de todos os seres vivos, especialmente a vossa, meus pais. Por tais razões, solicito vosso consentimento para deixar o palácio”.
Ao ouvir tais palavras, os pais ficaram chocados e o rei negou a permissão requerida. Sidarta disse ao rei: “Pai, se puderes me outorgar a liberdade permanente dos sofrimentos de nascer, adoecer, envelhecer e morrer, permanecerei no palácio. Porém, se não tiveres poder para tanto, terei que partir e tornar minha vida humana significativa”.
O rei usou de todos os artifícios ao seu alcance para impedir que o filho deixasse o palácio. Na esperança de que mudasse de idéia, cercou-o com um séquito de lindas mulheres, dançarinas, cantores e músicos, que, dia e noite, tentavam conquistá-lo com seus encantos; e para impedir qualquer tentativa de fuga, postou guardas ao redor das muralhas da residência real.
Porém, a determinação do príncipe de deixar o reino e adotar uma vida de meditação mostrou-se inabalável. Certa noite, ele recorreu a seus poderes miraculosos e fez com que os guardas e serviçais caíssem num sono profundo; enquanto dormiam, o jovem príncipe fugiu com a ajuda de um fiel escudeiro.
Depois de cavalgar cerca de nove quilômetros, ele desmontou e despediu-se do ajudante. Então, cortou os cabelos e jogou-os para o céu, onde foram apanhados pelos deuses da Terra dos 33 Paraísos.
Um deles presenteou o príncipe com as túnicas cor de açafrão de um mendicante religioso e Sidarta, em troca, ofereceu-lhe suas vestimentas reais. Foi desse modo que ele ordenou, a si próprio, monge.
Para saber mais sobre Buda, veja Introdução ao Budismo.