CELEBRANDO A ILUMINAÇÃO DE BUDA

O dia 15 de abril marca o aniversário de Buda Shakyamuni, demonstrando a conquista da iluminação em 589 aC. Este é um dia extremamente importante no calendário budista, porque nossas ações são muito mais poderosas do que em outros dias.

Hoje celebramos este dia auspicioso com uma explicação do Venerável Geshe Kelsang Gyatso Rinpoche e um breve trecho da peça da Vida de Buda.

“Siddhartha, então, dirigiu-se a um local próximo a Bodh Gaya, na Índia, onde encontrou um lugar adequado para meditação. Ele permaneceu ali, enfatizando uma meditação denominada “concentração semelhante-ao-espaço no Dharmakaya”, na qual se concentrou de modo estritamente focado na natureza última de todos os fenômenos.

Após treinar nessa meditação por seis anos, ele percebeu que estava muito próximo de conquistar a plena iluminação e, por essa razão, caminhou até Bodh Gaya, onde, no décimo quinto dia do quarto mês, sentou-se em postura de meditação sob a Árvore Bodhi e fez o voto de não sair da meditação até que tivesse conquistado a perfeita iluminação. Com essa determinação, ele entrou na concentração semelhante-ao-espaço no Dharmakaya.

Ao anoitecer, Mara Devaputra, o chefe de todos os demônios – ou maras – deste mundo, tentou interromper a concentração de Siddhartha, conjurando muitas aparições assustadoras. Ele manifestou hostes de demônios apavorantes – alguns arremessando lanças, outros atirando flechas, outros tentando queimá-lo com fogo, e outros lançando blocos de pedra e até mesmo montanhas sobre ele. No entanto, Siddhartha permanecia completamente sereno. Devido ao poder de sua concentração, as armas, rochas e montanhas apareciam a ele como flores perfumadas, e o e o violento incêndio transformou-se em oferendas de arco-íris.

Vendo que Siddhartha era incapaz de ficar amedrontado a ponto de abandonar sua meditação, Mara Devaputra tentou, então, distraí-lo manifestando incontáveis lindas mulheres, mas Siddhartha reagiu desenvolvendo concentração ainda mais profunda. Desse modo, ele conquistou todos os demônios deste mundo, razão pela qual se tornou conhecido, posteriormente, como um “Buda Conquistador”.
Siddhartha continuou com sua meditação até o amanhecer, quando, então, alcançou a “concentração semelhante-a-um-vajra”. Com essa concentração, que é a última mente de um ser limitado, ele removeu os últimos véus da ignorância de sua mente e, no momento seguinte, tornou-se um Buda, um ser plenamente iluminado.

Não há nada que Buda não conheça. Por ter despertado do sono da ignorância e removido todas as obstruções de sua mente, Buda conhece tudo do passado, do presente e do futuro, direta e simultaneamente. Além disso, Buda tem grande compaixão, que é completamente imparcial e inclui todos os seres vivos, sem discriminação. Buda beneficia todos os seres vivos sem exceção, emanando diversas formas por todo o universo e concedendo bênçãos sobre suas mentes.

Ocasionalmente, por receberem as bênçãos de Buda, todos os seres – incluindo o mais inferior dos animais – desenvolvem estados mentais virtuosos e pacíficos. Por fim, ao encontrar uma emanação de Buda na forma de um Guia Espiritual, todos terão a oportunidade de ingressar no caminho à libertação e à iluminação. Como o grande erudito budista indiano Nagarjuna disse, não há ninguém que não tenha recebido o auxílio de Buda.”

Trecho extraído de: Geshe Kelsang Gyatso. “Novo Coração de Sabedoria.”