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out 2, 2024
UM LAMRIM CONDENSADO POR JE TSONGKHAPA
Homenagem ao Venerável Guia Espiritual.
Explicarei, com o melhor de minha habilidade,
O significado essencial dos ensinamentos de todos os Budas [renúncia],
O caminho principal dos Bodhisattvas, que têm compaixão por todos os seres vivos [bodhichitta],
E o caminho último dos afortunados que buscam a libertação [a visão correta da vacuidade].
Tu não deves estar apegado aos prazeres mundanos,
Mas empenhar-te para encontrar o verdadeiro significado da vida humana
Por ouvir e praticar as instruções dadas aqui,
As quais todos os Budas anteriores praticaram com deleite.
O apego à satisfação dos teus próprios desejos, o desejo descontrolado,
É a causa principal de todos os teus próprio problemas e sofrimentos,
E não há método para abandoná-lo sem, primeiro, desenvolver renúncia.
Portanto, deves aplicar grande esforço para desenvolver e manter renúncia pura.
Quando, por meio do treino diário, gerares os pensamentos espontâneos:
“Pode ser que eu morra hoje” e “Uma preciosa vida humana é tão rara”,
E meditares na verdade do carma e nos sofrimentos do ciclo de vida impura, o samsara,
O teu apego aos prazeres mundanos cessará.
Desse modo, quando o desejo descontrolado por prazeres mundanos
Não surgir sequer por um momento,
Mas uma mente ávida por libertação – nirvana – surgir ao longo do dia e da noite,
Nesse momento, renúncia pura terá sido gerada.
No entanto, se essa renúncia não for mantida
Pela compassiva mente de bodhichitta,
Ela não será uma causa da felicidade insuperável, a iluminação;
Portanto, deves aplicar esforço para gerar a preciosa mente de bodhichitta.
Arrastadas pelas correntezas dos quatro poderosos rios [nascimento, envelhecimento, doença e morte],
Acorrentadas firmemente pelos grilhões do carma, tão difíceis de soltar,
Capturadas na rede de ferro do agarramento ao em-si,
Completamente envoltas pela densa escuridão da ignorância,
Renascendo muitas e muitas vezes no ilimitado samsara
E atormentadas ininterruptamente pelos três sofrimentos [sensações dolorosas, sofrimento-que-muda e sofrimento-que-permeia]
Por contemplares o estado das tuas mães, todos os seres vivos, em condições como essas,
Gera a suprema mente de bodhichitta.
Porém, embora possas estar familiarizado com renúncia e bodhichitta,
Se não possuíres a sabedoria que realiza o modo como as coisas realmente são,
Não serás capaz de cortar a raiz do samsara;
Portanto, empenha-te de modo a realizares a relação-dependente.
Quando vires claramente os fenômenos – como o samsara e o nirvana, e causa e efeito – tal como existem
E, ao mesmo tempo, vires que todos os fenômenos que normalmente vês ou percebes não existem
Terás ingressado no caminho da visão correta da vacuidade,
Deleitando, assim, todos os Budas.
Se perceberes e acreditares que a aparência – os fenômenos –
E o vazio – a vacuidade dos fenômenos –
São duais,
Não terás, ainda, realizado a intenção de Buda.
Se, por apenas veres que as coisas existem
Na dependência dos seus meros nomes,
O teu agarramento ao em-si reduzir ou cessar,
Nesse momento, concluíste a tua compreensão da vacuidade.
Além disso, se negares o extremo da existência
Através de simplesmente realizares que os fenômenos são apenas meras aparências,
E se negares o extremo da não-existência
Através de simplesmente realizares que todos os fenômenos que normalmente vês ou percebes não existem,
E se realizares como, por exemplo, a vacuidade de causa e efeito
É percebida como causa e efeito,
Porque não existe causa e efeito que não vacuidade,
Com essas realizações, tu não serás prejudicado pela visão extrema.
Quando, desse modo, tiveres realizado corretamente os pontos essenciais
Dos três aspectos principais do caminho,
Caro amigo, recolhe-te em retiro solitário, gera e mantém forte esforço
E alcança, rapidamente, a meta final.