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nov 18, 2024
Meditações para tornar nossa vida feliz e significativa
Por Geshe Kelsang Gyatso
Novo Manual de Meditação, um best-seller popular e prático, agora revisado para se tornar ainda mais acessível ao leitor, permite-nos descobrir, por nós mesmos, a paz interior e a clareza mental advindas da meditação.
O autor explica 21 meditações que, passo a passo, nos conduzem a estados mentais cada vez mais pacíficos e benéficos, e que, juntas, constituem o completo caminho budista à iluminação.
Praticando essas meditações, podemos transformar nosso cotidiano, desenvolver nossos potenciais espirituais e encontrar felicidade duradoura.
“Nesta época de tensão internacional e de terrorismo, quando os governos e grupos justificam a violência como um meio legítimo de se alcançar a paz, a perspectiva do budismo de Gyatso é particularmente reanimadora … as palavras de Geshe Kelsang Gyatso fornecem uma perspectiva estimulante de paz.” – FOREWORD MAGAZINE
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Como Meditar
Cada uma das 21 práticas de meditação divide-se em cinco partes: preparação, contemplação, meditação, dedicatória e prática subsequente. As instruções que explicam essas 21 práticas meditativas são denominadas “as etapas do caminho”, ou “Lamrim”. As realizações dessas meditações são os caminhos espirituais efetivos que nos conduzem à grande libertação da plena iluminação.
A primeira parte, as práticas preparatórias, prepara-nos para meditações bem-sucedidas por meio de purificar impedimentos causados por nossas ações negativas passadas, acumular mérito (ou boa fortuna) e de nos capacitar a receber as bênçãos dos seres iluminados. As práticas preparatórias são muito importantes se desejamos obter uma profunda experiência dessas meditações. Para esse propósito, podemos começar nossa meditação com a sadhana Preces para Meditação, que pode ser encontrada no Apêndice I. Um comentário a essas práticas pode ser encontrado no Apêndice II.
O propósito da segunda parte, a contemplação, ou meditação analítica, é trazer à mente o objeto da meditação posicionada. Fazemos isso considerando diversas linhas de raciocínio, contemplando analogias e refletindo sobre o significado das instruções. É útil memorizarmos as contemplações de cada capítulo, para que possamos meditar sem olhar o texto. O propósito das contemplações dadas aqui é o de servir apenas como orientações gerais. Devemos complementá-las e enriquecê-las com quaisquer raciocínios e exemplos que considerarmos úteis.
Quando, por meio de nossas contemplações, o objeto aparecer claramente, paramos com a nossa meditação analítica e nos concentramos estritamente focados no objeto. Essa concentração estritamente focada é a terceira parte, a meditação propriamente dita.
Quando começamos a meditar pela primeira vez, nossa concentração é fraca, pobre; ficamos facilmente distraídos e perdemos, com frequência, nosso objeto de meditação. Portanto, no início, provavelmente necessitemos alternar muitas vezes entre a contemplação e a meditação posicionada durante cada sessão. Por exemplo, se estivermos meditando em compaixão, começamos por contemplar os diversos sofrimentos experienciados pelos seres vivos, até que um forte sentimento de compaixão surja em nosso coração.
Quando esse sentimento surgir, meditamos estritamente focados nele. Se o sentimento enfraquecer ou desaparecer, ou se nossa mente se desviar para outro objeto, devemos retornar à meditação analítica para trazer o sentimento de volta à mente. Quando o sentimento de compaixão tiver sido restaurado, interrompemos mais uma vez nossa meditação analítica e mantemos o sentimento com concentração estritamente focada.
Tanto a contemplação quanto a meditação servem para familiarizar nossa mente com objetos virtuosos.
Quanto mais familiarizados estivermos com tais objetos, mais pacífica nossa mente irá se tornar. Por treinar meditação e viver de acordo com os insights e resoluções desenvolvidos durante a meditação, por fim, seremos capazes de manter continuamente uma mente pacífica, por toda a nossa vida. Instruções mais detalhadas sobre as contemplações e sobre meditação em geral podem ser encontradas nos livros Como Transformar a sua Vida e Caminho Alegre da Boa Fortuna.
Ao final de cada sessão, dedicamos o mérito produzido por nossa meditação para a conquista da iluminação. Se o mérito não for dedicado, ele pode ser facilmente destruído pela raiva. Ao recitar sinceramente as preces dedicatórias ao final de cada sessão de meditação, asseguramos que o mérito que criamos por meio de meditar não será desperdiçado, mas irá atuar como uma causa de iluminação.
A quinta parte de cada prática de meditação é a prática subsequente após a meditação, durante o intervalo entre as meditações. A prática subsequente consiste de conselhos sobre como integrar a meditação em nossa vida diária. É importante lembrar que a prática de Dharma não está limitada às nossas atividades durante a sessão de meditação – ela deve permear nossa vida por inteiro.
Não devemos permitir o desenvolvimento de um fosso entre nossa meditação e nossa vida diária, pois o sucesso da nossa meditação depende da pureza da nossa conduta fora da sessão de meditação. Devemos, o tempo todo, observar com muita atenção a nossa mente, por meio de aplicar contínua-lembrança (mindfulness), vigilância e conscienciosidade; e devemos tentar abandonar quaisquer maus hábitos que possamos ter.
Uma profunda experiência de Dharma é o resultado de um treino prático durante um longo período, tanto durante a sessão de meditação quanto fora da sessão de meditação. Portanto, devemos praticar constante e suavemente, sem ficarmos ansiosos para ver os resultados.
Resumindo, nossa mente é como um campo. Empenhar-se nas práticas preparatórias é como preparar o campo, removendo os obstáculos causados pelas ações negativas passadas, tornando-o fértil com mérito, e regando-o com as bênçãos dos seres sagrados. Contemplar e meditar são como plantar boas sementes; e a dedicatória e a prática subsequente são os métodos para amadurecer nossa colheita de realizações de Dharma.
© Geshe Kelsang Gyatso & New Kadampa Tradition