Bodhichitta

Extraído de Como Transformar a sua vida de Venerável Geshe Kelsang Gyatso.

O supremo bom coração, neste contexto, é a bodhichitta. Bodhi significa iluminação, em sânscrito, e chitta, mente; portanto, o sentido literal do termo “bodhichitta” é “mente de iluminação”.

Ela é definida como uma mente que, motivada por compaixão por todos os seres vivos, espontaneamente busca a iluminação.

A bodhichitta nasce da grande compaixão, que, por sua vez, depende do amor apreciativo.

O amor apreciativo pode ser comparado a um campo, a compaixão, às sementes, o tomar e dar, aos métodos supremos que fazem as sementes crescerem, e a bodhichitta, à colheita.

O amor apreciativo que se desenvolve por meio da prática de trocar eu por outros é mais profundo que o cultivado por outros métodos e, portanto, a compaixão e a bodhichitta resultantes dele também são mais profundas.

Se não tivermos grande compaixão, o desejo espontâneo de proteger todos os seres vivos do sofrimento, não poderemos gerar a bodhichitta. Mas, com grande compaixão, especialmente a que se gera com a prática de trocar eu por outros, a bodhichitta surgirá naturalmente. A força da nossa bodhichitta depende inteiramente da força da nossa grande compaixão.

De todas as realizações de Darma, a bodhichitta é a suprema. Essa mente profundamente compassiva é a verdadeira essência do treino do Bodhisattva. Cultivar o bom coração da bodhichitta nos capacita a aperfeiçoar todas as nossas virtudes, solucionar nossos problemas, satisfazer desejos e desenvolver o poder de ajudar os outros das maneiras mais adequadas e benéficas.

A bodhichitta é nosso melhor amigo e a qualidade mais elevada que podemos gerar. Em geral, consideramos uma boa pessoa alguém que é bondoso com os amigos, que cuida dos seus pais e contribui generosamente com causas justas. No entanto, muito mais elogiável é uma pessoa que dedicou a vida para aliviar o sofrimento de todos os seres vivos!

Atisha teve muitos professores, mas reverenciava Guru Serlingpa acima de todos. Sempre que ouvia o nome desse Guru, fazia prostrações. Quando perguntado pelos discípulos por que respeitava Serlingpa mais que aos outros, Atisha respondeu: “Foi graças à bondade de Guru Serlingpa que consegui gerar o bom coração da bodhichitta”. Pelo poder da sua bodhichitta, Atisha era capaz de transmitir grande alegria e felicidade a todos que encontrava, e tudo o que fazia era em benefício dos outros.

Para saber mais sobre a bodhichitta, consulte os livros O Novo Oito Passos para a Felicidade, Compaixão Universal, e Contemplações Significativas.